segunda-feira, 8 de outubro de 2012








GENÉRICO, O POEMA QUALQUER

Num dia qualquer, num lugar qualquer
Uma pessoa qualquer, com um nome qualquer
Falou e disse algo qualquer sobre um sentimento qualquer
E, num instante qualquer, com um arrependimento qualquer,
Saiu de mansinho...
Diante de uns versinhos,
Escreveu um absurdinho qualquer...
E, nessa dinastia de nada e coisa nenhuma,
Brotou , em  desatitude, o alardear da descoragem...
Que a verdade seja dita:
Em década de espera,
Somente lição se edifica!
Engano na vida se estabelece
Se mais de uma vez acontece
A farsa,
A mentira,
A presunção,
A vaidade
Do jogo da emoção...
Em dias de revelação,
A mensagem da intuição
Foi escrita no coração:
Querer pela metade
Não é a verdade
De quem busca a lealdade
De quem cresceu na união
Um dia sempre se aprende
Que curiosidade e desejo
São as marcas por inteiro
Daquilo que só é passageiro...
Se assim não fosse,
De nada valeria
O cair da tarde,
O desfolhar da árvore,
O desabrochar da flor...
Em plena consciência de luz,
Um Chico, amigo do tempo,
Escreveu coisa parecida
No seu cantinho ao relento:
Aquilo que guardado está
Encontrará caminhos para chegar
Aos olhos de quem,
Em oceano de surpresa,
Preferiu deixar naufragar
Os rascunhos do passado
O medo plantado
O desalento atado
O ilusório inacabado...
Aos olhos de quem
Abandonou veleiros de bastidores
Para pintar, em aguaceiros libertadores,
A decisão de finalmente navegar!


Ana Paula da Silva Santos