sábado, 26 de janeiro de 2013


Parte I

 
O encontro de Leonel e Safira

 

Ajustados corpo a corpo
Ali
À janela
À linha do horizonte
À espera do entardercer
História e memória
Futuro narrado.
 
Ladrilhados no travesseiro dos braços
Sonhos compartilhados
Olhar direcionado
Esperança aquecida
Palpitações e sorrisos
Afeições e suspiros.
 
Perdidos nos instantes de contemplação
Sintonias cravadas em intenções
Caminhos de vida, formas de amar
Lançados aos pedidos de atenção
Entorpecidos pelos riscos do gostar.
 
Entrega e busca se confundem...
Entre as pontas dos dedos
O tocar da suavidade...
No entrelaçar das mãos
A partida da desilusão
O desabrochar da temperança...
 
Ladeira abaixo
Relatos e confissão
Reconhecimento vem de dentro
Confiança vem de perto
Ali
Sentados lado a lado
Sem tropeços, sem ilusão
A lua beija o riacho
Sinfonia de noite e constelação.
 
O canto da paixão
Ganhou asas ao luar
E com cuidado e carícias
Plantou-se, em céu estrelado,
Junto à surpresa do destino,
O despertar da união
Sem promessas nem garantias.
 
O que vale é a lealdade da rendenção!
Leonel e Safira,
Inscritos no livro da vida,
Decidiram juntos
Pousar na emoção
Dar asas às súplicas do coração!
 

ÍSIS NOTACAE

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ESPELHO 

Takuboku Ishikava, poeta japonês:

 
 

Fumaça que se desfaz no céu azul
fumaça que se desfaz melancolicamente
meu espelho

Quando me olho o que vejo? Fumaça, já que toda imagem se desmancha, escorre pelos desvãos do tempo. Quando me olho há uma do lado de fora, há muitas do lado de dentro.
O que sou quando alguém pronuncia meu nome?
O que sou dentro dos olhos do outro, às vezes meu espelho?