quarta-feira, 29 de agosto de 2012





Poema meuzinho

Conheces a multidão?
Passa sempre por mim
um estranhamento qualquer,
nos revezes da emoção,
ausência perdida,
entregando-se à fé.
Hoje, moro.
Amanhã, resido.
Um dia, fuja talvez.
Mas sempre sou
de vento a vento
o que qualquer catavento
rodopiando estaria:
gotícula miúda;
semente soterrada;
uma esperança de broto
que insistiu pra nascer
na terra de meu pai,
no sonho de minha mãe.
Uma vez concebida
hoje não mais menina
quem sabe quando mulher...
penso, já na multidão,
antes de tudo conhecer,
presenciar o original:
reconhecer papel em branco
e, com lápis desapontado,desenhar
um preenchimento
uma existência
uma identidade desconhecida,
uma vontade
rumo à lágrima caída
sustentar...
no caminho de frente,
a criança dormida...
na rua estreita,
uma estranha crescida,
nos escombros de vida,
escapando à euforia,
quando, na noite vazia,
precisa ouvir o coração!
Silêncio, por favor...

(Ana Paula da Silva Santos)

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