terça-feira, 4 de setembro de 2012






A catedral do horizonte

Já lhe foi declarado o improvável?
No meio dos bandolins,
Louvor e devoção
Decisão não faz calar...
Do sentimento, a força;
Da intimidade, a vontade;
Do encontro, a necessidade...
Um olhar peregrino
Um tocar silencioso
Semente ao relento
Pouso adiantado
Arado de cuidado.
Na horizontal, contradição.
Lago em gelo fino
Superfície e aparência.
Na vertical, comunhão.
Pérola negra em oceano de cristal
Profundidade e sutileza.
Flor de esperança
Só se colhe em meio aos espinhos da rendenção...
Campo de lírios brancos
Só se planta em raridades confiáveis...
Jardim de maravilhas
Só se cultiva no desaguar da entrega...
Aconchegar uma alma
É de dentro enxergar
Areia fina a desprender-se
Na ampulheta do tempo;
Aurora de sorrisos
Ao espelho surpreender,
De súbito, um vendedor de cores.
Destino não é o que se pinta,
É pincel que guia a mão
Ao não que ao sim conduz
Trem e estação...
Depois das ofertas de inverno,
Escolhas em primaveras:
Não secar a primeira lágrima,
Não esgotar seiva de alegria,
Não debulhar sobre o peito
Um “se” da mente
Uma dúvida latente
E um talvez descontente.
Sentimento não tem hipótese
Sonho não se mensura
Horizonte brota sem pedir licença
E renasce sem a culpa de iluminar a imensidão!

(Ana Paula da Silva Santos)

Nenhum comentário:

Postar um comentário