segunda-feira, 10 de setembro de 2012






















Relicário
 Ana Paula da Silva Santos

A espera existe ou é quimera?
Diante da eternidade
Pedrinha no caminho
Não ladrilha escuridão
Consome pensamento
E, se jogada ao relento,
Rala e rola o coração...
A memória não transmuta
Nem desejo nem invenção
Só traz imagem...
Apaga som...
Destrói castelo...
Planta ilusão...
Em canteiro de crisântemo
Buganvília não faz canção...
Pedrinha vai descendo
Rala e rola na estação...
Melodias de sonetos
Bem-me-queres de intuição
Na magia daquele beco
O mais profundo da imaginação
Um fim de tarde
Um adeus sem fim:
Carinho só se pede
Depois que se conhece
Um azul e um serafim...
Abraço só se ganha
Quando muito não se estranha
No aperto de vontades
O querer e a emoção...
Beijinho é só no rosto,
Sapatinho é de cristal,
Fita verde prende o cabelo
Da menina no roseiral...
Vento e ventania,
Tempo sacudido,
Missal desfolhado...
Uma ladainha de euforia
Com gratidão e harmonia
Desencontro anuncia:
Passado só existe,
Quando ontem e anteontem
Não mais fazem verão...
Encontro só acontece
Porque o amanhã permanece
E menina só cresce,
Porque da doçura se enternece.
Com um voo de borboleta,
Contempla e faz uma prece:
Diante dos dias, das idas e vindas,
Tudo de repente se esclarece!
Espera é a desculpa
Que a vida inventou
Para o mistério do encontro
De flor e beija-flor.
Enfim, libertação!






2 comentários:

  1. A espera existe ou é quimera?
    De qualquer maneira aquele traidor chamado coração sempre espera contra toda racionalidade e não adianta argumentar...
    Semana cheia de luz para você, apareça quando puder.Abraço carinhoso de quem muito te quer.
    Maria da Graça

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  2. É, Maria... o tempo do coração parece sempre querer estar em sintonia com o tempo de Deus - e esse é indecifrável! Vou aparecer sim!! Os dias estão corridos, mas darei um jeitinho!!! Adoro vc, viu?
    Fique com Deus!
    Beijinhos,
    Ana Paula

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